segunda-feira, 17 de maio de 2010

RN gera mais de 2 mil empregos

O Rio Grande do Norte fechou o primeiro quadrimestre do ano com 2.068 novos empregos gerados com carteira assinada, alcançando o melhor desempenho para o período, desde o ano 2000, e a reversão do cenário de desaceleração em que se encontrava no ano passado, quando, nesse mesmo período, havia demitido mais de 13 mil trabalhadores. Embalados pelo crescimento da economia e pelo aumento dos ritmos de produção e de vendas, setores como comércio e serviços estão contratando mais, porém, a principal locomotiva do reaquecimento tem sido mesmo a construção civil, recordista na geração de novos empregos formais, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho.

A intensificação de obras públicas em ano eleitoral, os programas habitacionais atualmente em curso e o aquecimento do setor imobiliário privado, que, depois da crise, passou a oferecer linhas de crédito mais baratas e prazos mais elásticos para o consumidor pagar, estão levando o setor a produzir mais e a acelerar a busca por mão-de-obra. Os dados do Caged mostram que o setor foi o que mais gerou empregos com carteira assinada no estado, de janeiro a abril, com um saldo de 3.249 novas vagas. Para se ter ideia do momento de efervescência que vive, nesse mesmo período, em 2009, o número de demissões superava em 2.304 o de contratações.

“No ano passado estávamos no auge da crise. Este ano o cenário é outro. A tendência é só de crescimento pelos próximos quatro anos”, diz o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do estado, Sílvio Bezerra. “O Programa de Aceleração do Crescimento está funcionando, os investimentos do governo estão sendo mantidos e a economia está crescendo. Como o setor o é pautado na questão da infraestrutura, acaba aproveitando os bons ventos”, completa o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no Rio Grande do Norte, Melquisedec Moreira. Os números do mercado de trabalho mostram que não está havendo arrefecimento da atividade econômica este ano, diz ele. “O Brasil deverá crescer mais de 6% em 2010 e isso faz com que as atividades produtivas se expandam e gerem mais emprego. Os dados do Caged são um bom indicador do que está ocorrendo na economia. E o segundo semestre deverá ser melhor ainda”, analisa. Ele pondera, no entanto, que a tendência de crescimento vai depender da taxa de juros e dos investimentos do governo. “Possíveis aumentos da taxa e corte nos gastos públicos podem atrapalhar essa tendência”.

Outras razões ajudam a explicar o aquecimento do mercado de trabalho, garante a diretora adjunta do curso de Administração e professora de Gestão de Pessoas, da Universidade Potiguar (UnP), Isabella Mendonça. “Hoje, as pessoas estão com uma visão melhor de mercado. Procuram qualificação nas áreas que estão mais aquecidas, fazem pesquisa para saber onde está a demanda e acabam encontrando vaga com mais facilidade”, pontua.

Ela estima que a demanda se manterá aquecida para áreas como construção civil e comércio. O comércio, aliás, fechou o quadrimestre com saldo positivo, mas, em abril, fechou 522 postos de trabalho. Uma das razões foram os cortes comuns ao período pós-Páscoa, segundo o presidente da Fecomercio, Marcelo Queiroz. No Brasil, em 4 meses, a geração de empregos alcançou o patamar registrado em todo o ano passado. Foram 305.068 novos postos de trabalho gerados.

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